terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Carta Irónica ao Pai Natal 2011



Pai Natal
Sempre gostei muito do Natal e lembro-me que todos os anos escrevia ao Pai Natal a pedir prendas exorbitantes.
Ainda bem que nesse tempo ainda não existia a troika nem a Angela Merkel.
E tu Pai Natal poe-te a pau porque com a austeridade que vai no mundo também corres o risco que o teu mito seja desfeito este ano ainda.
Bolas! Pai Natal demorei estes anos todos a convencer-me de que, afinal, o Pai Natal dos meus sonhos não existia!...
Pai Natal
Só quero acordar todos os dias sem me deixar ofuscar por este mundo que é fascinante e, ao mesmo tempo, assustador.
Gostaria de dizer, simplesmente que prefiro ser um “alienígena selvagem” “feio” “porco” e “mau” do que ser mais um daqueles que anda por aí a ver andar os outros.
Afinal nesta sociedade quem é que são os verdadeiros “maus da fita”?
Sou eu ou os que têm o poder nas mãos?
Gente errante, sonhadora, egoísta, excêntrica que tenta superar com humor a dura realidade da vida que leva.
Das evocações e dos efeitos psicológicos e emocionais, uns nostálgicos, outros perversos, que afectam o presente.
Mas não consigo compreender esta indiferença Pai natal…
A maldade e o cinismo deixam-me muito triste e são tristes essas pessoas. Pai Natal o mais importante é trabalhar, manter-me ocupado, divertir-me e ter tempo para a família e amigos.
Pai Natal eles andam tristes os cortes são muitos, se calhar é importante que as pessoas saiam do seu mundo de riqueza e luxúria e encararem a realidade daqueles que nem sequer dá para cortar.
Também sou apologista de que o mal seja punido.
Pai natal todos nós ouvimos histórias de encantar e belos contos de fadas na meninice, mas com o passar dos anos apercebi-me que as pessoas eram más e só são alguém no meio da falsidade e egoísmo. Há pois é… tirando isso são uns miseráveis, uns tristes.
Mas vamos aprendendo Pai Natal…
À medida que crescemos vamos vivendo e vamos levando pancada o que faz com que o nosso olhar sobre as coisas se vá modificando, vamos estudando as pessoas que nos rodeiam, vamos definindo o nosso carácter e acabamos por ir observando as coisas de uma forma mais desidealizada, desmistificada… Mas não fiques triste Pai Natal, as pessoas nem sempre gostam de se deparar com pessoas frontais. Fui educado a sê-lo. Não é agora que vou mudar.
Obviamente que o meu objectivo não é ferir ninguém, até porque é natal tempo de paz e amor.
Pai Natal tem cuidado, porque a emoção e o amor ao próximo estão a ser um pouco postos de lado. A inteligência e outras capacidades não valem nada, viver numa sociedade assim ostracizada e isso leva-me a desejar algo mais da vida. No que toca ainda à malvadez convém não esquecer…
Estes são estereótipos bons para trabalhar. Vejo hoje como as pessoas se atropelam os direitos e a vida das pessoas.
Pai Natal , hoje em dia assistimos cada vez mais, aos amigos que traem os amigos e às pessoas que magoam as outras, por vezes sem necessidade nenhuma.
É uma luta entre aquilo com que querem que nós vivamos e aquilo com que vivemos. Os grandes senhores julgam-se perfeitos, mas a imperfeição é muito mais bonita do que a perfeição, porque a perfeição não existe.
Pai Natal há profissões que aproximam as pessoas do drama, dos momentos mais escuros ou dos mais felizes das vidas dos concidadãos.
Aprendi a manter a serenidade sem mudar o que quer que seja. O sentimento que tenho neste momento é o mesmo daquele que há quando um casamento acaba: o melhor é despedirmo-nos antes de estragarmos o que ficou para trás.
Pai Natal…! Não acredito nas pessoas. Não acredito que as pessoas são o que querem. Não são!
Não! Nós não somos o que queremos, somos fruto da genética!
Por razões várias tive sempre alguma dificuldade em estragar coisas. Sempre guardei as coisas velhas, vesti-me sempre com roupas muito usadas nunca fui do género de olhar para as montras.
Não entendo como é que as pessoas vão daqui para Londres ou Paris para fazer compras de Natal.
Pai natal o supérfluo faz-me alguma confusão. Por natureza não gosto de estragar. Os ricos estão a ficar muito mais ricos, sobretudo aquelas pessoas que se movimentam à vontade pelo mundo e tornam tudo deles.
O homem é capaz de tudo para sobreviver, e, portanto, os senhores do mundo, vão riscar do mapa uns biliões de pessoas para que os que ficam possam sobreviver.
Pai Natal na Europa, com a austeridade já vai acontecendo…
Entretanto a humanidade continua a crescer! Não vai dar!... a única solução é reduzir.
Pai Natal, acho importante retirar ensinamentos das situações que vivemos, mas nunca olhar para o futuro como uma desgraça, porque isso é muito mau. Devemos aprender com as experiências, sejam boas ou menos boas, para assim poder amadurecer, e depois poder continuar a vida.
Ai, ai! Agora é que vão ser elas!...
Hoje em dia, maltrata-se muito o Português. Até os ministros falam mal!...
Austeridade, austeridade, austeridade, tróica, tróica, tróica, quase que até parece a música “jingle bells, jingle bells”… mas em versão moderna!
Pois é… pai Natal estou mesmo a terminar.
Agora falando sério…
Como tu sabes, à medida que vamos caminhando para a idade adulta e madura, o Natal passa a ser também um tempo de nostalgia e até de depressão.
Pouco a pouco a família foi perdendo alguns elementos e a saudade associada à perda torna-se muito presente na noite da consoada.
A solidão pesa mais nestes dias, e muitas pessoas desejam que o tempo voe para que o sofrimento cesse.
Os conflitos familiares vêm ao de cima, e o espírito de Natal é invocado como forma de abrir um período de tréguas, até que tudo volte a ser como era.
As crianças mantêm-se alheadas de tudo isto e esperam ansiosamente pelo momento de abertura das prendas.
O Natal é das crianças e um dia chegará o momento, em que também elas serão adultas e perceberão que a vida é muito mais dura e menos colorida que os embrulhos. Até lá só lhes é pedido que sonhem, pois os pais “Natais”, tudo farão para materializar os desejos por forma a manter longe, muito longe, a sombra do trauma, esquecendo-se que são as dificuldades que nos fazem crescer e tornarmo-nos homens e mulheres emocionalmente equilibrados e capazes de enfrentar as agruras da vida.
As pessoas têm tudo o que as coisas para das não têm.
As pessoas pensam, sentem, sofrem, poupam e morrem…
Pai Natal!... Vê lá se consegues mudar alguma coisa para melhor em 2012, que este ano foi uma desgraça.
Na minha opinião é deixá-los falar e seguir o nosso próprio caminho, o ciclo da vida é a melhor forma para conseguirmos pelo menos ser felizes neste Natal.


Feliz Natal
Próspero Ano 2012

C@rlos@lmeida

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