sexta-feira, 23 de julho de 2010

Recordo-me de ti

Recordo-me de ti
de tudo o que eu escrevi ao luar.
Jogar com as palavras
apenas alivia a dor.
O caminho está exactamente,
no meio de muitos caminhos
que tenho de percorrer.
Um caminho onde domina a realidade
e onde ninguém a pode apagar.
Recordo-me de ti!
algo sinto...
na justeza das palavras.
Não sei bem o que é...
tento perceber as questões
da alma e do espírito.
O brilho do teu olhar leva-me à loucura.
Se o amor é força, é esperança
aconteçe por alguma razão...
Mas qual?
lamentar?
sofrer?
chorar?
Porque é que apenas me apetece chorar?
porque ... se apagou essa chama do teu ser!
Recordo-me de ti...
porque a verdade é sempre mais forte,
descubro limitações e qualidades,
mas aproveito o silêncio para repetir a
mensagem.
Mensagem, que procura reconquistar-me
a alma.
Recordo-me de ti...
A natureza decide, mas é injusta.
Sonhos destruídos
estados de alma vencidas
como as águas límpidas
apenas me suscitam uma discreta ironia,
mostram-me o concreto e o vivido,
porque a verdade pode ser a mais correcta,
mas nem sempre é a mais coerente.
Porque é que não se realizam os meus sonhos,
e afasta, para longe, as minhas mágoas?
Recordo-me de ti!
penso...
e chego à conclusão
que se calhar este caminho não é real
se o amor não se consegue exprimir por palavras.
Tudo termina
sem estar escrito
sem aviso ou preparação
quando não existe o caminho da verdade,
recordo-me de ti...

Mikii
(Foto da Net)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Doce Vaga

O teu rosto apareceu
tão doce como os sonhos...
Um dia quero-te encontrar.
A vida é um sonho
tudo passa ninguém fica!
fica apenas algo que constuímos,
a amizade, a natureza decide...
E de ti nunca me esquecerei,
mas há uma coisa que eu já sei
pois... não te quero perder.
E assim me conseguiste conquistar,
tão doce como as ondas do mar.
Há sempre um vazio na nossa vida,
um mistério quase suspenso!
Doce Vaga , de olhar alheado no horizonte!
A tua amizade é como o ar...
Não há palavras para descrever!
como se te acariciasse, eras tão inatingível
como as estrelas diante dos meus olhos.
Doce Vaga deste mar de almas em
permanente naufrágio.
Ai... essa voz maravilhosa e melodiosa
que nos encanta com o teu doce falar.
Olho distraidamente a linha longínqua,
o imaginário de todos.
Tu és doce... ah e o deslumbramento
desse jeito menina...
nestas águas que nunca são revoltas,
mas também não são paradas.
Gosto de te ver ali a: respirar, a ver, a ouvir,
com enormes carências interiores,
e forte sensação de vazio.
Um vazio onde domina a realidade
e onde ninguém a pode parar...
Quando olho e não estás a lua engole a luz,
até a brutalidade das ondas...
Sonho em silêncio, sem dormir, a pensar!
Doce vaga quando sei que esperam que eu vá para um lado,
vou para outro...
Como uma vaga, nos reflexos dos raios de sol no mar,
mudam de cor.
Doce como no sonho, abri os olhos
e à minha frente, estava a olhar, fiquei em silêncio outra vez,
nessa doce vaga!
Mas os silêncios acabam por me afastar
se tu não voltares...
Sonhei, o teu rosto apareceu, numa vaga doce a largar um sorriso.
Acordei... e dei comigo a pensar...
Doce vaga sobre o mar,
uma leve neblina pairava no ar,
estendida para o infinito...
Mas a única conclusão a que cheguei,
é que desde o momento em que te vi
que não paro de pensar em ti.
Mikii
(Foto da Net)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Palavras!

Podia escrever!
Há uma paz maravilhosa
um caminho para começar a escrever
este será um bom caminho.
Palavras, palavras, palavras!
Começam por ser uma antevisão, por ser desejo.
Palavras sempre me seduziram pela simplicidade
e força interior.

Palavras quem as guarda é o tempo.
Palavras... disseste-as de forma complicada
para que eu não as pudesse entender.
Quando não tenho mais nada
com que ocupar o meu tempo,
leio livros converso com as palavras...
Elas...piscam-me o olho!

A escrita é um fascínio tão rasante às emoções.
À volta das palavras estão uns gatafunhos
em forma de coração.
Palavras invadem todo o meu ser sem qualquer retorno,
como as flores... e uma palavra meiga!
Fecho os olhos agarrado a este meu presente,
vou limitar-me a permanecer invisível,
e deixar meros sonhos para trás.

Palavras leva-as o vento, enquanto estou sozinho,
conquistam a vida deste coração infeliz.
Palavras são instantes, dos tempos de glória,
memórias felizes, instantes estes,
conquistam uma vida cheia de palavras,
tudo no amor exige de nós uma capacidade tamanha
para se lidar com a escura solidão.

É impossível viver um presente separado de palavras!
Custa desistir, custa abandonar,
não vou dar sinal que aqui estou,
o sentimento surgiu apenas de uma visão...
de que tudo partiu...
Mas não posso, não consigo!
livrar-me de um passado.
Palavras, palavras, palavras!
Assim vos digo que vou lutar por vós, palavras!...

Mikii
(Foto da Net)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Escrevo para pensar...

Escrevo para pensar...
Mantenho-me coerente com o meu pensamento,
com a pessoa que sou.
O meu pensamento vive na emergência
da manifestação.
A melancolia!
Talvez a minha escrita, fale a minha linguagem,
diga o que penso, mas não passam de momentos.
Não guardo qualquer segredo,
mas há uma coisa que ninguém me tira
que é um dos meus maiores poderes:
o poder da palavra...
Escrever é como amar, acontece algo de novo todos os dias.
Respiro o que já aconteceu, ou não!
Escrevo, momentos que se perderiam para sempre,
não vá o mundo fugir-me.
Afinal escrever é preciso...
O céu, o mar, o deserto, a paixão, o amor...
A escrever, levanto o olhar sem ferir,
numa clareira seca de oportunidades,
do lado negro da vida.
Deambulo por aqui, a atravessar pontes suspensas
entre o sonho e a realidade.
E vacilo o tempo todo.
Tenho medo de perder qualquer coisa.
Tenho a sensação de que...
estou a escrever sem saber para onde é que estou a ir.
E as estrelas não param de cair.
Ao escrever, o amor até ouve a mais silênciosa alma.
Tenho medo...
medo de tanta verdade
medo de tanta crueldade
destroem-se vidas
destroem-se almas.
Acabo por não ter muito tempo,
tal como as as ondas, as grandes ondas!
que se formam e em escassos minutos
se desfazem em espuma na areia quente da praia.
Que interessa o que se passa lá fora,
se tanta coisa se passa dentro de mim,
nos medos nas emoções!
Escrevo para pensar...
indiferente a tudo o que me rodeia
traduzo sentimentos, estados de alma, em palavras
que me tocam fundo.
Vou escrever, morto de felicidade e vou adorar a luz
que me invade os olhos ao amanhecer,
que me obriga a pôr a mão na testa, e virar-me
para o resto das pessoas e dizer:
Escrevo para pensar...

Mikii
(Foto da Net)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A vida... uma mãe,uma deusa!


A vida...
uma mãe, uma deusa!
A cada segundo que passa
dias melhores e vidas mais felizes
que não cruzam o olhar com ninguém.
São apenas algumas das emoções...
a partir do pensamento inconformado!
Questiono as escolhas que fiz e o rumo que segui
ao longo da minha vida,
onde todos os sonhos eram ainda possíveis...
Não faltam os desafios,
mas é sempre tempo de voltar ao passado,
onde descobri a vida...
Uma mãe , uma deusa!
com todos os seus cheiros...
tão mais importante quanto mais profunda,
sempre determinada pelo sofrimento.
A vida...
não é um capricho é uma necessidade
fácil de encontrar.
À Vida não faltaram os desafios
o retorno discreto que reflecte algo de transgressivo,
numa presença silenciosa, pela própria sombra
no vendaval de esperança.
A vida... uma mãe , uma deusa
embrulhada num sudário de palavras,
onde os laços são rasgados.
Ai vida...
extraordinária e fascinante,
tu que ambicionas a imortalidade ,
para aperfeiçoar as técnicas de controlar,
prevenir e aliviar a dor.
Não só a dor física, mas também a dor psicológica.
Silenciosamente...
a vida do ruído face ao silêncio!
uma mãe, uma deusa dos insidiosos pecadores.
Tu que inelteces as virtudes entregue a ti própria.
Terá havido um tempo,
numa vida, uma mão invisível,
um toque suave no ombro
que te murmurou ao ouvido...
a vida... uma mãe, uma deusa
que se deixa levar pelos encantos,
silenciosamente...

mikii
(Foto da Net)