terça-feira, 13 de julho de 2010

Escrevo para pensar...

Escrevo para pensar...
Mantenho-me coerente com o meu pensamento,
com a pessoa que sou.
O meu pensamento vive na emergência
da manifestação.
A melancolia!
Talvez a minha escrita, fale a minha linguagem,
diga o que penso, mas não passam de momentos.
Não guardo qualquer segredo,
mas há uma coisa que ninguém me tira
que é um dos meus maiores poderes:
o poder da palavra...
Escrever é como amar, acontece algo de novo todos os dias.
Respiro o que já aconteceu, ou não!
Escrevo, momentos que se perderiam para sempre,
não vá o mundo fugir-me.
Afinal escrever é preciso...
O céu, o mar, o deserto, a paixão, o amor...
A escrever, levanto o olhar sem ferir,
numa clareira seca de oportunidades,
do lado negro da vida.
Deambulo por aqui, a atravessar pontes suspensas
entre o sonho e a realidade.
E vacilo o tempo todo.
Tenho medo de perder qualquer coisa.
Tenho a sensação de que...
estou a escrever sem saber para onde é que estou a ir.
E as estrelas não param de cair.
Ao escrever, o amor até ouve a mais silênciosa alma.
Tenho medo...
medo de tanta verdade
medo de tanta crueldade
destroem-se vidas
destroem-se almas.
Acabo por não ter muito tempo,
tal como as as ondas, as grandes ondas!
que se formam e em escassos minutos
se desfazem em espuma na areia quente da praia.
Que interessa o que se passa lá fora,
se tanta coisa se passa dentro de mim,
nos medos nas emoções!
Escrevo para pensar...
indiferente a tudo o que me rodeia
traduzo sentimentos, estados de alma, em palavras
que me tocam fundo.
Vou escrever, morto de felicidade e vou adorar a luz
que me invade os olhos ao amanhecer,
que me obriga a pôr a mão na testa, e virar-me
para o resto das pessoas e dizer:
Escrevo para pensar...

Mikii
(Foto da Net)

1 comentário:

gust disse...

O amor pela escrita faz-nos fazer coisas destas!