quarta-feira, 25 de maio de 2011

Foi a Solidão


Foi a solidão
que entrou no silêncio...
Se um dia olhares para trás,
quem sabe se não me verás.
Pois os mistérios do tempo
que nos fez ficar em silêncios por momentos
é o vento que conversa,
é a lua que ilumina a nossa história.
Provo o cheiro a maresia,
enquanto aqui estou à tua espera,
relembro cada momento,
cada instante, cada palavra,
cada sorriso.
E se o tempo não existe
num respirar de saudade,
já não sou aquele que se limita
a aproveitar o momento
com medo de naufragar!
Foi a solidão...
sem rumo certo
que procurou por mim,
não no verdadeiro sentido da palavra...
mas nu, despido de defesas, de silêncios.
Não me lembras o céu, nem nada que se pareça
pois continuo perdido,
sinto o coração magoado!
Não me perguntes o que espero de ti...
Foi a solidão
que o tempo não apaga
em busca de luz,
rasga o peito em pedaços de saudades,
prisioneiro das próprias emoções
perdi-me...
num caminho de tenebroso desvario.
De tanta solidão, só tenho alma
quem tem alma, não tem calma.
Esqueci-me do que é certo,
deixei de ouvir a razão
e via só fraquezas
que me reduzem a nada
no abraço silencioso da despedida
relembro frases, expressões , gestos,
o poder de cada palavra, em cada conversa.
Mas que importa uma vida
se temos a imortalidade do tempo
para o céu da solidão alcançar?...

Mikii
(Foto da Net)

Sem comentários: