segunda-feira, 21 de março de 2011

Às vezes abro os olhos


Às vezes abro os olhos
para que tudo se transforme
e assim, fico mudo.
Escrevo para levar à minha alma
o meu último alimento,
antes da noite que cai,
mas o tempo,
as noites,
as palavras tornam-se sem peso,
perco-as todos os dias.

Às vezes abro os olhos
escondo a íntima carícia que me afaga.
A minha mão colada à tua,
nela sinto-me protegido de todo o mal.
A vida é cheia de coisas,
parece que transporta todas as estrelas
no meu coração em desassossego.
A felicidade é como a gota de orvalho
apenas o teu silêncio me condena
e eu fico sem saber o que fazer.

Às vezes abro os olhos,
rasgando o sonho no peito.
a noite assiste calada...
Eu queria ser o sonho
onde me perco e me encontro
onde sinto o entardecer no horizonte da minha vida.
Como posso deixar de ver os teus olhos?
os olhos também falam,
aceitam as palavras amargas
às vezes escuras e frias.

Às vezes abro os olhos,
com os sorrisos e lágrimas
de toda a minha vida!...
abro os olhos
vejo-te somente a ti... respiro-te
sem falar, sem trocar um único murmúrio.
Onde estás?
abro os olhos ,o meu coração está frio...
e aqui vou ficar
na íntima carícia que me afaga.

Mikii
(Foto da net)

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