quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quando não te vejo



Quando não te vejo
as horas arrastam-se infinitamente.
Este silêncio, é o meu cúmplice da madrugada
Bem sei que a noite é boa conselheira,
mas escolhes a madrugada para me falar
do teu amor.
Da grande página aberta
fica o teu perfume
que escorre pelo meu corpo adormecido.

Quando não te vejo
cada dia é um mistério
que se adensa por cada hora que passa
assim, no silêncio do poder.
É nele que tu te moves e levas
parte da minha vida contigo.

Quando não te vejo
temo encontrar-te amparada
por outros braços quaisquer,
sacio-me de sorrisos esboçados
oiço sussurros que me buscam.
Por segundos, a verdade parece tão clara,
tão obvia,
tão minha.

Quando não te vejo
tudo é estranhamente calmo
caminho perdido algures
olho-me na ausência de ti,
entre o respirar distante no tempo
e o frio latejar da realidade.

Quando não te vejo
tudo fica distante
a tua alma,
as recordações
os suspiros profundos
os sonhos...
um reflexo, do meu intenso desejo
de satisfazer o teu.

Quando não te vejo
os sonhos e as quimeras adensam-se
o entardecer é mais curto
e a cortina vai abrir-se para o dia seguinte.
Partilho as mágoas e recupero forças
todos os poemas morrem...

Quando não te vejo
as horas arrastam-se infinitamente
cada dia é um mistério
temo encontrar-te amparada
tudo é estranhamente calmo
tudo fica distante
os sonhos e quimeras adensam-se
quando não te vejo.

Mikii
(Foto da Net)

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