segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dois corpos saciados


Dois corpos saciados
que voam perdidos
despidos…
Ontem vi-te nua, pela primeira vez
no abatido silêncio.
Senti os acordes nostálgicos
das batidas do teu coração,
até nos fundir-mos num só.
E rimos, brincámos e conversamos
para o céu alcançar.
Que importa para onde vou
uma boca, um beijo
sede, desejo
e o tempo sentiu
a minha alma.
Quero sentir
o respirar da tua boca
dentro de mim.
Um corpo delineado de mulher…
E amanhã?
relembro tudo de ti,
tudo de mim,
muito de nós…
Dois corpos saciados
o que sou
o que tenho para te dar
o que te quero dar
até ao céu chegar…
E gostei do que vi
e gostei do que senti
e gostei…
e gostei…
de conhecer esse teu lado
frágil, vulnerável, sincero.
Dois corpos saciados
a chama do amor
beijos…
Sentidos, cansados
suados, molhados
despidos de devaneios sem fim.
Das tuas mãos reflectindo
pedaços da tua alma
um aroma a cetim
entregue ao amor
entregue á vida
entregue a mim,
dois corpos saciados.

C@rlos@lmeida
(Agosto de 1984)
(Foto da Net)

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