quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sou um Instante...

Sou um instante...
Pergunto ao espelho que insiste

no meu reflexo
o que é afinal o destino?
Retalhos que marcam com cicatrizes profundas
esta minha alma de homem.
E ninguém ouve o meu grito!

Sou um instante...
Sangro por dentro,
palavras que te entrego e ofereço
para povoar todos os vazios.
Foi hoje... que senti o vento na noite
aquele que me envolve em mistério.
Aquele vento...
Que implora por ti no silêncio
e eu deixo-me ir...
No silêncio deixo ir o amante,
o marido,
o pai,
o amigo,
o filho,
o irmão,
o homem... que sou!

Sou um instante...
Por todas as partes recônditas do meu corpo,
solto um grito
onde confesso este amor
que me enlouquece.
Palavras secretas
que me falam no silêncio do olhar,
vão surgindo como encanto,
a alma vaza
deixando à solidão um lugar.

Sou um instante...
Quando penso num olhar
que nada encontra.
Será covardia de uma alma já vazia?
Corro sem parar...
O sol rompe pelas nuvens timidamente,
apetece-me gritar
rasgar do coração
a ferida que ficou.
Como um instante...

Sou um instante...

Mikii
(Foto da Net)

1 comentário:

Antonio disse...

Que poesia intensa!!! Somos instantes... Momentos... A alma gritou aí dentro e você reproduziu perfeitamente o que sua Alma disse. Bela composição. Sua poesia é banhada em Ultra-Romantismo!!! Gostei Muito!!!