quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quem sabe não acordo um dia...


Quem sabe, não acordo
um dia…
Olho-me ao espelho
liberto-me nas cores e cheiros
e deixo o vento,
a chuva e o sol
passear também
pela minha pele
pelo meu espírito.

Quem sabe, não acordo
um dia…
Disfarço um sorriso
demasiado magoado
numa resposta fria.
Troco algumas palavras
entre olhares gélidos
explodo de raiva
com um sorriso nos lábios.

Quem sabe, não acordo
um dia…
A falar sozinho
a olhar para o vazio,
a calcular gestos.
Alguns medos
as feridas abertas
na noite sonhada…
vazia.

Quem sabe, não acordo
um dia…
Numa onda de prazer
levas-me até ao céu.
Num instante em que…
os fantasmas do passado
são derrotados,
porque o prazer do momento
é divino.

Quem sabe, não acordo
um dia…
a sorrir com o olhar sereno
para ouvir as palavras
apreciar aquilo que…
me importa transmitir.
As palavras que me fascinam
e acalmam
debaixo de uma chuvinha.

Quem sabe, não acordo
um dia…
brinco com o tempo,
as emoções regressam
ligadas pelo sonho
que me corroem a alma,
na sua pura razão de ser
onde tudo acontece
e me vai despertando todos os sentidos.

Autor: CarlosCoelho
Foto da net

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