quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vivo distante

Vivo distante...
Um pouco distante!
mas ainda tenho tempo para não perder a coragem que necessito,
misturar a loucura, deixar escapar sem esconder uma certa melancolia.
Como se de uma outra vida minha se tratasse.
Escolho as palavras com cuidado, é este lado mágico que me tem alimentado.
Como dono da minha alma tenho a ousadia de a emprestar ás escritas que faço.
Com o medo que cada palavra me retire tudo o que tenho de bom na vida.
O medo de me sentir prisioneiro, das palavras que uso ao pensar...
Perante uma explosão de sentimentos, desencontrados, pareço caminhar sobre a água.
Vivo distante...
Tenho medo, mas vou ficar,desvendar mistérios, fazer valer o meu desejo para me inspirar...
Há sempre qualquer coisa para onde olhar, inumeros caminhos para chegar mais longe.
Um imaginário, um gosto...
Tornando, inesquecíveis todos os momentos.
Ao escrever,posso fugir do ódio, mas não posso fugir de mim mesmo.
Por isso vivo distante...
Escrever dá-me o sonho o encantamento, mas também a ilusão.
Tudo na vida segue um equilíbrio, o que escrevo não tem nada a ver com lógica, ou estética, acaba por ser qualquer coisa que vai saindo e que me vai ajudando a resolver enquanto pessoa. É uma terapia.
As palavras saem directas e saboreadas sob os meus estados de alma.
Por isso vivo distante, no meu céu de letras, no meu horizonte, num tempo que nunca vivi e nunca acaba, sem sombra de pecado, envolto numa nuvem de palavras que se chama "Escrita".
A escrita é uma estrada infinita.
Ora...
Embrulhada em tristeza ou deslumbrada de alegria.
Uma busca incansável, com sentimento de paixão, a memória apaixonada, o silêncio despido, a tristeza sem fim, o desgosto, a morte ou a vida num passe de mágica.
Vivo distante...
Fecho os olhos a vida passa num flash...
mas a escrita permanece para todo o sempre.


Mikii
(Foto da Net)

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