segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Tive sempre o desejo de me atirar no vazio

Tive sempre o desejo de me atirar
no vazio.
Um coração frio não sente o calor
do rancor.
O que lhe falta é um pouco de calor
e amor.
Congelei o destino, não me rendo,
sigo, insisto…
tive sempre o desejo de me atirar
no vazio.
Entreguei a voz, mas sobretudo
o coração…
Fui o fogo que  arde sem se ver, quando os sorrisos
se desvaneceram.
O medo acabou por se mascarar
de esperança.
Tive sempre o desejo de me atirar
no vazio.
As luzes de deus jamais se vergam perante
o mal…
Imunes aos caprichos do tempo passaram-se
tantas coisas…
mas ficaram tão poucas registadas na minha
memória.
Tive sempre o desejo de me atirar
no vazio.
Incendiaram-me a alma, mas sobretudo
o coração…
E a poesia? Polvilhada de mel e de
Fel!
Da imagem mais perfeita e imaculada até ao exagero deformado
e louco.
Tive sempre o desejo de me atirar
no vazio.
Os medos mais obscuros da minha intimidade
tornaram-se claros.
Mesmo que estes tenham entrado pelo meu coração
e esventrando a minha paz interior.

Autor: CarlosCoelho
Foto da net

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